A Ciência

 Árctico pode deixar
de ter gelo no Verão


Estudo do Observatório Geológico dos Estados Unidos indica que se podem repetir as condições climáticas do Plioceno Médio

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Existem cada vez mais evidências de que o Árctico poderá ter de enfrentar épocas do ano mais quentes e sem gelo. Num artigo publicado na «Stratigraphy» é apresentado um estudo do Observatório Geológico dos Estados Unidos (USGS) em que se faz a comparação entre o clima do período do Plioceno Médio (há três milhões de anos) e o do futuro próximo.

Os cientistas verificaram que durante aquele período o Oceano Árctico e os mares do Norte estavam muito quentes para suportarem verões com gelo. O período caracterizava-se por temperaturas amenas semelhantes às que estão previstas para o final deste século.


 A temperatura nas águas do Árctico tem vindo a subir desde 1965, de forma mais notória desde 1995 e mais rapidamente desde o ano 2000, explica Marci Robinson, cientista do USGS e autora do estudo.

No Plioceno Médio as temperaturas à superfície do mar no Árctico durante o Verão estavam entre os 10 e os 18 graus centígrados, enquanto actualmente andam à volta dos zero graus.

Olhando para o clima de há três milhões de anos é possível ver diferentes padrões de distribuição de calor. Havia águas mais amenas nas latitudes mais altas, explica Marci Robinson.

“A falta de gelo no mar durante os verões do Plioceno Médio sugere que o derretimento do manto gelado do Árctico nos últimos anos pode ser um alarme que anuncia as mudanças mais significativas que se aproximam”, acrescenta.




Temperatura das águas do Árctico sobe acentuadamente
desde 1965


A análise das condições climáticas do passado ajuda assim os cientistas a entenderem melhor como funciona o sistema climático. A pesquisa da USGS quer refinar os modelos climáticos, que, actualmente, subestimam a taxa de perda de gelo marinho no Árctico.

Essa perda pode ter consequências variadas, tais como contribuir para a continuação do aquecimento do Árctico e acelerar a erosão da costa devido ao aumento da actividade das ondas.

Terá também impacto nos grandes predadores, como os ursos polares ou mamíferos aquáticos que dependem do gelo do mar. Outras preocupações dos cientistas são o aumento da intensidade das tempestades nas latitudes médias e da precipitação no oeste e no sul da Europa, bem como a diminuição da queda de chuva no oeste americano.
 

Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=38286&op=all#cont

Por: Mariana Anjos



 

  Investigadores criam peixe
para estudarem sem dissecar


Peixinho-dourado transparente permite a cientistas verem os órgãos internos
e a corrente sanguínea


2009-12-29

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  Um grupo cientistas japoneses da Universidade de Mie apresentou uma nova criação: um peixe transparente ideal para experiências científicas.

Como não tem pigmentação, os investigadores podem estudar o funcionamento dos seus órgãos internos e a circulação sanguínea sem recorrer à dissecção. A criação foi apresentada na reunião anual da Sociedade de Biologia Molecular do Japão.

Este animal não é resultado de experiências transgénicas, mas sim do cruzamento entre carpas-douradas (Carassius auratus auratus), os vulgares peixinhos de aquário, ao longo de três anos.

Há já vários anos que uma versão transparente dos peixes-zebra (Danio rerio) é utilizada em experiências científicas. No entanto, o uso destes animais é limitado, isto porque são muito pequenos (não passam os cinco centímetros) e leves (pesam apenas três gramas).

Os peixes agora criados no Japão podem chegar 25 centímetros e a pesar mais de dois quilogramas. Além disso, vivem até aos 20 anos.

O investigador Yutaka Tamaru explica que as escamas e a pele do peixe não têm pigmentação, o que permite ver perfeitamente o coração, o cérebro, o funcionamento dos órgãos e da corrente sanguínea, bem como todo o seu desenvolvimento à medida que vai crescendo.



Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=38260&op=all#cont

Por: Mariana Anjos



Operação Genoma 

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O Projecto "Genoma Humano" é um empreendimento internacional, iniciado formalmente em 1990 e projectado para durar 15 anos, com os seguintes objectivos:
- Identificar e fazer o mapeamento dos cerca de 80 mil genes que se calculava existirem no DNA das células do corpo humano;
- Determinar as sequências dos 3 biliões de bases químicas que compõem o DNA humano;
- Armazenar essa informação em bancos de dados, desenvolver ferramentas eficientes para analisar esses dados e torná-los acessíveis para novas pesquisas biológicas.

Como parte deste empreendimento, paralelamente estão sendo desenvolvidos estudos com outros organismos seleccionados, principalmente microorganismos, visando desenvolver tecnologia e também como auxílio ao trabalho de interpretar a complexa função genética humana. Como existe uma ordem subjacente a toda a diversidade da vida  e como todos os organismos se relacionam através de semelhanças em suas sequências de DNA, o conhecimento adquirido a partir de genomas não-humanos frequentemente leva a novas descobertas na biologia humana.

Mas como é que se decifra o DNA?

A leitura do DNA constitui um processo complexo que exige a participação de computadores poptentes. Eis os principais passos da sequênciação.


  1. As amostras de DNA são extraídas de voluntários e congeladas em azoto líquido, para serem conservadas.
  2. Os biólogos dividem a molécula de DNA em milhões de fragmentos; o fraccionamento é feito em pontos muito concretos.
  3. Cada fragmento é inserido num plasma e injectado numa bactéria ou levedura. Quando estas se dividem de forma natural, nas placas, o fragmento humano é clonado,  ou seja, é copiado. 
  4. Um braço robotizado, chamado "colector de colónias", transfere os plasmas das placas para as cubetas do laboratório.
  5. Através da técnica de reacção em cadeia de polimerase (PCR), os cientistas obtêm milhões de cópias de cada fragmento de DNA.
  6. Os fragmentos são tingidos com um corante fluorescente. Cada letra genética (A, T, T E G) é tingida com uma cor diferente.
  7. Os fragmentos são transferidos para sequenciadores de DNA automatizados.
  8. No sequenciador, os fragmentos são separados por tamanhos ao passar por capilares submetidos a um campo electrico.
  9. À medida que o fragmento emerge do capilar, um raio lazer detecta a cor com que foi tingido. Um computador lê e armazena a sequência do fragmento.
  10. Os computadores colocam cada fragmento na respectiva posição no interior da molécula de DNA. 

Por Vitor e João

Prémio Nobel da medicina 2009

 

Três cientistas foram galardoados com o Prémio Nobel da Medicina, resultado de investigações sobre a protecção dos cromossomas. O anúncio foi feito em Estocolmo, na sede da Academia Real Sueca das Ciências, que hoje divulga o vencedor do prémio Nobel da Física.

Os trabalhos da australiana Elizabeth H. Blackburn, da norte--americana Carol W. Greider e do inglês Jack W. Szostak, explicou a Academia, "abrem o caminho para a cura de diversas doenças causadas por degenerações genéticas como certo tipo de anemias, o cancro da pele ou do pulmão".

Hans Jörnvall, do Comité Nobel para a Medicina, foi quem revelou o nome dos três vencedores: "Este ano, o prémio Nobel da Medicina foi atribuído aos três cientistas que descobriram a solução para um grande problema da biologia: como os cromossomas podem ser inteiramente copiados durante a divisão celular e como eles se protegem contra a degradação".

A solução, esclareceu o comité, "estava nas terminações dos cromossomas, os telomeros, e na enzima que os forma, a telomerase". Esta enzima poderá ser a chave para a eterna juventude, porque está implicada no envelhecimento celular.

Cláudio Sunkel, director do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto, referiu que o trabalho dos premiados "tem a ver com uma parte específica do processo através do qual as células duplicam o material genético". "Descobriram como as portas do cromossoma se protegem e se mantêm constantes ao longo do tempo".

Alexandre Quintanilha, um dos mais reputados investigadores portugueses, conhece Elizabeth Blackburn há mais de vinte anos, tendo colaborado com a cientista em trabalhos do Comité de Investigação do Departamento do Genoma Humano. "A Elizabeth Blackburn é uma investigadora da máxima qualidade e penso que já devia ter recebido o prémio há bastante tempo", disse.

 

   Por Vitor Marques

 

 

http://www.cientic.com/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=114%3Adiapositivos-de-reproducao-nos-seres-vivos&catid=29%3Areproducao&Itemid=94